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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Cláudia Tostes

Na última década, o preconceito em relação à Tatuagem diminuiu bastante no Brasil. Idéias cultivadas desde antes da Industrialização, que relacionavam esta arte com o profano, cederam espaço à noção de que ela é uma forma de expressão legítima, de elementos estéticos importantíssimos e respeitada nos países onde a cultura é valorizada.

Cláudia Tostes (foto abaixo) é uma belíssima tatuadora mineira, nascida em Ituiutaba (MG) e hoje residente em Uberlândia (MG). Neta de Joaquim Gabriel Tostes, a filha de Maria Catarina Tostes de Oliveira habituou-se a desenhar desde a infância. "Não teve nenhuma fase da minha vida em que que eu não estivesse, de alguma forma, envolvida com o desenho", diz a artista. Já o desejo de ter tatuagens pelo corpo começou na adolescência. "Fiz minha primeira aos 14 anos; a segunda veio aos 16; aos 18 fiz uma um pouco maior, e por volta dos 20 anos já tinha em mente que queria ter boa parte do meu corpo desenhado", completa.


Mas entre ter o corpo tatuado e tornar-se tatuadora profissional houve uma grande trajetória. "Eu me formei em Artes Plásticas e queria trabalhar como gravurista (faço xilogravuras) ou aquarelista e lecionar. Nessa época já havia conhecido alguns tatuadores e pude ter minha primeira experiência de fazer um desenho na pele, como curiosidade ou diversão. A intenção ainda não era me profissionalizar", conta Cláudia Tostes. Ela gostou muito da experiência e os amigos deram uma força. "Comecei a tatuar pessoas conhecidas que confiavam em meu trabalho, sempre com a orientação de um profissional. Então recebi a proposta de trabalhar no estúdio de um conhecido. Ele era piercer e tinha o tatuador oficial na loja, mas quando este não podia ir ou estava ocupado, eu ia", lembra a mineira.

Foi quando a arte pesou mais do que os planos em seu coração. Cláudia Tostes vivia uma vida estressante e dividida entre as escolas e o estúdio. "Tive vida dupla um tempo. Ia para o estúdio de vez em quando e dava aulas de artes em duas escolas públicas, além de dar aulas particulares de desenho", recorda. Era preciso tomar uma decisão importante. "Larguei meus empregos fixos e montei meu próprio estúdio, e com certeza a experiência que tive trabalhando com outras pessoas antes foi muito importante. Isso foi há cerca de 5 anos. No começo foi bastante difícil mas com muito estudo, dedicação e perseverança, é com orgulho que posso afirmar que sou hoje completamente realizada profissionalmente", garante.

O preconceito ainda resiste, "pela profissão, pelas tattoos que tenho no corpo e até mesmo por eu ser mulher tatuadora e tatuada", diz ela, que não dá atenção a isso. Cláudia Tostes vive somente da tatuagem e é financeiramente estável. "Levo a minha vida com a consciência tranquila de fazer o que acho certo", afirma. Ela não rouba dinheiro público, ela faz arte.

Arte como o Grafite, que é admirado nos países de primeiro mundo e tem como uma das maiores expressões planetárias Os Gêmeos, irmãos univitelinos de São Paulo, a maior cidade brasileira. Chamam-se Otávio e Gustavo Pandolfo e são pouquíssimo conhecidos na tropicalidade. Assim como o violão, o Tango, o Samba, o Blues, o Rock, Van Gogh, Camões, Sócrates... que tornaram-se mundialmente célebres só depois de longos séculos. Cláudia Tostes ainda não é assim, tão famosa, mas sabe muito bem divulgar seus trabalhos através da internet. Pode-se vê-lo por seu Fotolog pessoal, pelo Fotolog Cem por Cento e pelo espaço que ela tem no MySpace. Dentro de sua proposta, ela já é um sucesso.


Tatuagem Responsável

A maioria das pessoas que fazem a primeira tatuagem relatam que rapidamente se sentem logo com desejo de fazer outra. Cláudia Tostes se diverte com essa afirmativa e explica. "Às vezes, existe um certo receio antes da primeira, do que os outros vão pensar ou falar, da dor no momento da tattoo, de se arrepender. Depois que se faz, vê-se que não é bem assim. Muita gente elogia, a dor não é tão intensa e, se o trabalho for bem feito e o desenho escolhido com convicção, a pessoa não se arrepende. Pelo contrário, fica contente com o desenho no corpo, a auto-estima aumenta e assim fica fácil vir a fazer mais".

Hoje em dia fala-se muito sobre o arrependimento que algumas pessoas estão tendo de tatuagens que foram moda há alguns anos no Brasil, com nomes de maridos, esposas, noivos, namorados e amores que juraram eternidade, mas acabaram. "Normalmente, as pessoas se arrependem quando vão a um mau profissional e o desenho fica mal feito, ou quando o tema não é bem escolhido. A primeira hipótese, no meu estúdio, é descartada (diz Cláudia Tostes rindo muito). A qualidade do trabalho eu garanto. Quanto à escolha do desenho ou local, é difícil julgar. Mas se eu achar que a pessoa está querendo fazer alguma coisa de que possa vir a se arrepender posteriormente, converso, digo pra pensar melhor e voltar outro dia. Assim, a pessoa não faz por impulso e tem mais tempo para pensar no assunto. Se ela tiver convicção e voltar posteriormente, é outra estória".

As pessoas que já fizeram tatuagens dizem que, ao contrário do imaginário popular, a dor é bastante suportável. Há partes do corpo, no entanto, que arrepiam até os donos de corpos mais decorados, como a virilha. "Não é dos locais mais doloridos. Além do mais, geralmente as tatuagens para esse local são pequenas. Então, são rápidas e dá para aguentar bem", garante a tatuadora. Não é necessário nem aconselhável usar anestesia para se tatuar. Não existe nenhuma pomada que seja realmente eficiente, pois algumas pessoas podem ter reações alérgicas e não vale a pena arriscar, segundo ela. "Quanto a anestesias injetáveis, nem preciso dizer que precisaríamos de um anestesista qualificado, várias aplicações para uma área bem pequena. Melhor é aguentar um pouquinho, é só na hora e se a pessoa realmente quiser, a alegria pelo desenho realizado é muito superior à dor", avalia.

Cláudia Tostes é uma profissional bem segura. Diz que nunca assumiu um trabalho em que houvesse dúvidas se iria levar a cabo. No início, fazia somente desenhos simples e hoje garante que faz praticamente qualquer coisa. "Há desenhos que são lindos no papel mas que não ficariam bons na pele. Nesse caso, converso com o cliente e modifico o desenho de maneira que se adapte melhor à técnica da tattoo", categoriza.


Desenhar por Profissão

Ela é uma pessoa séria no trabalho, mas de boa conversa e divertida. "Muitas pessoas pensam que a gente fica o dia todo se divertindo como se fosse um hobby, o que não é verdade. Gosto demais do que faço, mas às vezes é um pouco estressante. Quando desenho por prazer, não tenho nenhum compromisso a não ser comigo mesma e com o papel. Desenho o que quero, do jeito que quero, na hora que quero. Quando desenho por profissão, tenho o compromisso de chegar o mais próximo daquilo que o cliente quer, e o gosto dele nem sempre é parecido com o meu", revela a filha de Dona Maria Catarina.


Seu Joaquim Gabriel ficaria orgulhoso. Sua simpática neta tem um talento incrível, e dá a dica de como se obter dela um obra prima. "Tem cliente que me dá liberdade total de criação. Conversamos um pouco sobre o tema do desenho e eu faço como achar melhor. Isso é muito bom e são as tattoos que dão melhor resultado, mas nem todo mundo é assim". Quando o tempo é curto, fica mais complicado. Muitas vezes ela tem de levar os desenhos para trabalhar em casa. "Isso realmente não é divertido", desabafa nossa prima.

Provocada, Cláudia Tostes se derrete toda para falar daqueles trabalhos que a fazem superar seus limites. (Rindo bastante) "O resultado mesmo só é visto após a cicatrização completa. É muito bom olhar um trabalho já cicatrizado e pensar: - uau, olha só o que eu fiz! Sim, já houve ocasiões em que me encantei com meu próprio trabalho. É um incentivo grande saber que com estudo e dedicação, a cada dia, posso melhorar no que faço". Não restam mais dúvidas de que Tatuagem é algo divertido e pode ser coisa de gente séria.

5 comentários:

nilvana marchiori tostes disse...

Parabéns pelo lindo trabalho de arte da Claudia Tostes, Salve!Que delícia conhecer os parentes que vivem pelo Planeta,e que estão agindo para termos um Mundo Melhor quanto aos pré-conceitos oriundo de crenças ou cultura conservadora!!Salve a arte tatuada!Salve!

Claudio Tostes disse...

Nilvana, que saudades! Espero que já esteja tudo tranquilo nas suas mudanças para Sampa, cidade de que morro de saudades. Pesquisando pela internet assuntos que poderiam entrar para o nosso blog, conheci virutalmente a Cláudia, essa fera na tatuagem. Ela não nega o sangue na sua simpatia. Ajudou-me dando o texto de bandeja, respondendo 10 perguntas sobre sua arte. Exatamente como você, ela também é uma graça de pessoa!
BJK!

Unknown disse...

Boa tarde quero fazer uma tatoo em qual bairro é seu Studio meu e mail é familiamattosd@yahoo.com.br
Aguardo resposta
Grata . Amanda

Unknown disse...

Boa tarde quero fazer uma tatoo em qual bairro é seu Studio meu e mail é familiamattosd@yahoo.com.br
Aguardo resposta
Grata . Amanda

Unknown disse...

Boa tarde quero fazer uma tatoo em qual bairro é seu Studio meu e mail é familiamattosd@yahoo.com.br
Aguardo resposta
Grata . Amanda

Ruínas da Igreja de Sant Martí de Tost

Ruínas da Igreja de Sant Martí de Tost
Fonte: Página do Grupo da Família Tostes - http://br.groups.yahoo.com/group/familia_tostes/

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